Início > música

Tagged música

Tulipa Ruiz and Felipe Cordeiro pose for a portrait at Red Bull Studios in Sao Paulo, Brazil on February 10th, 2015 // Fabio Piva/Red Bull Content Pool // P-20150224-00237 // Usage for editorial use only // Please go to www.redbullcontentpool.com for further information. //

Natura Musical: Dicas dos especialistas da comissão de seleção

Chegou um email lindo aqui na nossa caixa de entrada: o edital Natura Musical termina sexta-feira agora, 24, e eles perguntaram a cinco especialistas em música brasileira que já selecionaram projetos contemplados o que chama a atenção deles.

Primeiro, quem são:

  • Dj Zé Pedro, pesquisador de música brasileira e fundador do selo Joia Moderna
  • Alexandre Matias, jornalista e criador do Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br)
  • Rafael Rocha, editor da Noize (www.noize.com.br)
  • Titane, cantora mineira
  • Edvaldo Rocha, pesquisador paraense
Tulipa Ruiz e Felipe Cordeiro

Os especialistas fizeram parte das comissões de 2015 e 2014, que contemplaram artistas maravilhosos como Tulipa Ruiz e O Terno. Segue a entrevista, cheia de dicas de ouro pra melhorar seu projeto:

O que procurava nos projetos?
DJ Zé Pedro: “Diferença. Projetos ou artistas que se parecessem (muito)com outros eu não considerava.”
Alexandre Matias: “Originalidade e referências próximas aos projetos que pudesse conhecer ou reconhecer. Nesse sentido, uma comissão plural é crucial para esse projeto, pois os julgadores comentam os trabalhos que os outros não conhecem.”
Rafael Rocha: “Procurava originalidade, representatividade com o cenário e cultura brasileira. Sempre busquei projetos que acrescentassem artisticamente, e que de fato necessitavam do apoio proposto pela Natura.”
Titane: “Consistência musical e personalidade artística, em primeiro lugar. Uma certa “independência criativa” do “músico/cantor/compositor, mesmo que sua produção esteja/estivesse inserida no contexto de sua geração.Uma excelência artística individual, no caso de intérpretes/autores que integram comunidades onde culturas tradicionais ainda apresentam grande vitalidade.”
Edvaldo Souza: “Projetos que tenham boa circulação, legitimidades, resgates de obras e interações.”

Que detalhes dos projetos chamam mais sua atenção?
DJ Zé Pedro: “Acima de tudo personalidade, algo que me atraísse como único.”
Alexandre Matias: “Muita gente dá atenção à forma de apresentação do projeto e acaba inscrevendo projetos como “turnê” ou “disco de carreira”. Vejo a possibilidade de um edital desses como uma forma de bancar um projeto de coração, que possa fugir da carreira tradicional do artista.”
Rafael Rocha: “Quando uma história era bem contada, os argumentos válidos (principalmente para legado), todos nós (especialistas) concordávamos. O áudio que vinha junto e o material em anexo, assim como o que há do artista e projeto na web, sempre foram muito fundamentais.
Titane: “Além da consistência, personalidade e independência criativa, a eficiência cênica dos artistas ao se apresentarem em público.”
Edvaldo Souza: “A continuidade e compromisso com a sua obra, interação entre artistas das diversas regiões do país.”

O que pesava mais nas suas indicações?
DJ Zé Pedro: “Principalmente se era a primeira vez que pedia o patrocínio da Natura e se o valor estava dentro da realidade do mercado.”
Alexandre Matias: “Um trabalho consistente que tivesse a ver com uma proposta própria. Muita gente inscreve trabalhos pensando só na viabilidade comercial ou em alguma forma de agradar à comissão julgadora – e isso torna-se muito claro na hora em que você está avaliando os projetos. O edital é uma oportunidade para o artista se expressar plenamente, não apenas de conseguir dinheiro.”
Rafael Rocha: “A relevância artística para a cultura e o valor dele na soma das categorias”
Titane: “Capacidade de projeção corporal, preenchimento de cena, desenvoltura no palco.Atenção: não me refiro aqui a timidez ou extroversão, mas a expressividade, domínio de sua própria linguagem e controle do discurso estético, musical, que pretende realizar.”
Edvaldo Souza: “A circulação e formação de parcerias entre os projetos analisados.”

O regulamento e todas as informações para inscrição estão disponíveis no portal www.naturamusical.com.br

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-27

Mocker Rock Talks #1: Como foi

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-27

Oi, gente! Meu primeiro post aqui no blog vai ser justamente sobre o evento que o nomeia: o Rock Talks, que estreou esta semana na livraria Saraiva do Iguatemi Fortaleza.

Convidamos uma dupla que não poderia ter sido mais irada. Rafael Bandeira, o cara por trás do festival Ponto.CE, e Felipe Cazaux, guitarrista superexperiente, gente fina e, agora, também à frente dos Mad Monkees.

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-57

O auditório ficou lotado. Uma galera que tem banda, projeto solo, que tá querendo começar a tocar e até gente que já tá fazendo sucesso na cidade foi lá pra ver o que os caras tinham a falar. O resultado foi um encontro que rendeu muito mais do que a gente esperava – a conversa foi tão boa que o shopping fechou, e o papo ainda tava querendo continuar, haha!

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-32

Da fala do Rafael Bandeira, os pontos que mais me marcaram foram as dicas de organização financeira para bandas e a explicação sobre como rola a curadoria no Ponto.CE.

  • A banda precisa ter um caixa, guardar sempre um dinheirinho pra investir na própria carreira. Investir não é só gravar disco e produzir merchandising pra vender, é também bancar as próprias passagens pra ir ver um festival numa cidade próxima ou custear uma minitour por outros estados. Sair da zona de conforto é sempre proveitoso.
  • Nem sempre o Ponto.CE abre inscrições pras bandas. O material é recebido durante o ano inteiro pelas redes sociais do festival, e a equipe ouve tudo o que chega. Mas uma coisa é importante: um bom show visto pelo Rafael quase sempre vale mais do que um bom disco que ele recebe (seja físico ou não). Ele está sempre circulando pela cena da cidade, e uma banda que tem uma boa frequência de shows e cuida pra ter uma apresentação bem feita e contagiante sai na frente. Portanto, mãos à obra e aproveite cada show como se fosse o único, porque ele pode ser visto por alguém massa e pode ajudar a definir o futuro da sua carreira
  • Esteja sempre preparado. Tenha sempre o material da banda pronto, em boa qualidade, porque a gente nunca sabe quando as oportunidades vão surgir.

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-01

Do Felipe Cazaux, que compartilhou várias histórias e muito da sua experiência, destaco os pontos da precisão técnica e do merchandising.

  • Se você quer ter uma banda valendo, precisa tocar bem. Não precisa necessariamente ser um monstro da técnica, mas precisa saber fazer bem aquilo a que você se propõe. Precisa conhecer seu equipamento, saber que timbre quer tirar do seu instrumento, pra conseguir encontrá-lo em qualquer situação de palco (com backline seu ou não).
  • Um técnico de som que conheça o seu show faz a diferença numa ocasião especial. As empresas de aluguel de som enviam técnico para montar a estrutura, então nem sempre um som feito por eles vai ficar como deve ser o seu. Esteja preparado, porque pode rolar uma gig massa, um show de abertura de uma banda que você gosta, e talvez seja um risco grande depender de um técnico que não te conhece.
  • Por fim, merchandising. O Mad Monkees produziu 500 CDs, camisetas de cores variadas e adesivos. Material promocional de várias faixas de preços é importante, porque tudo o que entra gera lucro pra banda. A banquinha de merchan é sempre massa de montar durante ou depois do show. E uma dica importante que o Felipe deu: tenha uma maquininha de cartão, mesmo que seja a do PagSeguro, que é baratinha, pequena e fácil de usar. Quem compra a dinheiro compra só o CD, mas, com o cartão, as chances de a venda ser maior aumentam.

mocker-rock-talks-saraiva-marco-2016-52

Foi isso, galera! A gente se vê no próximo Rock Talks, no fim de abril. Valeu a todo mundo que foi!